Um Natal diferente: para muitos, sem presença e sem presente

Nem o mais preciso e sensato dos economistas faria previsões que chegassem perto de tudo o que vimos até aqui em 2020. Que ano meus amigos e amigas, caros leitores. E 2020 ainda não terminou, os fatos seguem e a semana do Natal está no ar, inspirando fortes cuidados, responsabilidade, nesse ano que nos trouxe muito aprendizado, e de uma forma ou de outra essa reta final merece atenção, em todos os sentidos, com otimismo e precaução.

Ano em que muitos dedicaram mais tempo às finanças, forçadamente, devido às necessidades ou por oportunidades que surgiram e abriram ou se arrombaram portas para que muitos começassem a investir. O número de pessoas na bolsa disparou como nunca, como disse antes, alguns de olho na oportunidade e com base em conhecimento, estratégia e tantos outros no oba-oba, estão lá hoje, mas nem sabem direito porque, ou mesmo nem deveriam estar, pois fizeram supletivo no mundo dos investimentos e ignoraram a reserva de emergência por exemplo, enfim, são escolhas. E como bem sabemos, nossas escolhas permeiam o nosso futuro, pavimentam a base do que será percorrido adiante, por isso a importância descuidar e viver o hoje, de olho no amanhã, estar “administrando o presente e investindo no futuro”, que por sinal é o tema de uma das palestras que trabalho e esse ano tive a oportunidade de apresentar para pessoas de diferentes lugares do Brasil, estando no conforto do meu lar.

Um ano de revolução, de mudança e, como sabemos, quem não muda dança, e com tudo o que vivemos, tantas empresas e profissionais dançaram, fecharam as portas, perderam o emprego, e tantos outros entraram na dança, e se adequaram ao momento, à realidade e às novas necessidades, afinal, como disse a Vivian Greene: “a vida não é sobre esperar que a tempestade passe, mas sim aprender a dançar na chuva”. Com isso vemos a importância da resiliência, criatividade, iniciativa, percepção e dinamismo. Mas isso tudo não acontece sozinho, precisamos estar conectados, fisicamente ou mais que nunca virtualmente, e fazer as coisas acontecer, 2020 nos fez avançar anos e anos em tantos segmentos, quebrar barreiras e vencer dificuldades, desafios, e com isso em algumas áreas, uma nova realidade e dinâmica ganhará força, transformações na rotina, na comunicação e na execução das atividades.

A vida financeira continuará baseada nos mesmos princípios (que só agora alguns se deram conta), com a premissa básica de gastar menos do que ganha, poupar a fim de ter reserva para as emergências da vida, e se alguém tinha dúvida em relação ao tipo de necessidades repentinas que podem surgir, esse ano deixou mais do que claro. Seguirá sendo primordial poupar pensando no longo prazo, a fim de ter uma vida mais tranquila adiante.

Não, o dinheiro não comprará felicidade, e nunca vai comprar, mas ele ilude muita gente, e continuará sim, tendo a possibilidade de nos proporcionar algumas coisas e momentos importantes, porém a essência continuará vindo das coisas simples, do momento, do abraço, do estar junto da família, dos amigos e de quem é importante, esse ano reafirmou tudo isso de forma muito clara.

Semana do Natal no ar, diferente, para muitos sem presença e sem presente, uns gostam dessa época, outros não, vejo muito significado, tempo de abrir mais o coração, de ser mais fraterno, de pensar um pouco no que se viveu e no que ser viver, tempo de respirar, pois o dia a dia nos consome, impõe um ritmo frenético, e que em alguns momentos terminamos deixando de lado o que é mais importante.

E então para 2021, o que você planeja? Quais serão as suas prioridades? Há quem diga que prioridade não tem plural, mas vejo de forma diferente e escrevi no plural, porque sim, podemos ter os pontos prioritários em nossa vida, família, trabalho e cada um sabe bem o que elencar nesse sentido.

Em 2021 e no ano seguinte, na década seguinte e nas anteriores, sempre foi importante lidar com o dinheiro de uma forma saudável, você não precisa amar, mas precisa entender como ele funciona, respeitar, ter uma relação saudável com as finanças, procurar conhecimento, não com o foco de ser um investidor profissional, mas para não ser facilmente manipulado. E para isso, dedicar um tempo, nada demais, porém o suficiente para não se iludir ou se perder, o suficiente para ter a clareza de que sim, o dinheiro tem o seu papel, a sua função e relevância para o ser humano, mas ele não compra saúde nem felicidade, então se organize, se mantenha organizado, com o padrão de vida adequado a sua realidade, preze pelos seus valores, tenha clareza de seus objetivos, tenha planos, mesmo que eles mudem, faz parte, e siga em frente.