Dilemas financeiros do fim de ano

Reta final do ano e com a pandemia mais leve no Brasil, um dos países que, como sabemos, mais sofreu, o comércio segue acelerando a retomada. Na contramão disso, muitas famílias endividadas, desemprego em alta e a economia lutando para engrenar.

Com isso, vem a reta final do ano, novembro e dezembro, meses de injeção de dinheiro na economia com a 1ª e 2ª parcelas do décimo terceiro, respectivamente em novembro e dezembro. Nestes meses, o comércio tenta abocanhar mais receita, tendo a seu favor a já consolidada Black Friday e o Natal.

E então, como você costuma se comportar nesta época do ano? Pesquisa preços e mergulha na Black Friday? Dá uma espiadinha, mas fica só nessa mesmo? E no Natal, presente para os familiares? Aproveita as confraternizações de fim de ano e gasta algo mais?

Pois é, de fato, é necessário equilíbrio, entender bem a sua realidade, o seu momento e as suas necessidades. Tendo conhecimento de que os índices econômicos apontam para novos desafios com o novo período de alta na taxa Selic, que impõe um cenário diferente para o nosso país, num momento que já tem, como vimos acima, outros pontos que merecem cautela. Por isso, um dos dilemas, e reflita desde já, é: comprar ou não comprar? Eis a questão…

O que quero dizer com isso é que mais do que nunca é essencial manter um bom nível de saúde financeira, ter domínio dos seus gastos e sim ou sim poupar mês a mês, seja para compor a sua reserva de emergência, quitar dívidas ou se não vive nada disso, é hora de investir pensando no longo prazo, o que no Brasil é “luxo”, ostentação para poucos. A questão está na mentalidade, na sociedade, valores distorcidos e gatilhos intensos que levam as pessoas a gastar, gastar e gastar. Para muitos, essa é a palavra de ordem, viver, consumir, mesmo que alguns não percebam, essa é a vida que levam. Por outro lado, poucos poupam, poucos planejam, poucos pensam no futuro de forma financeiramente sustentável.

Eis a realidade que poucos analisam: pagar ou receber juros? É um outro dilema, que muitos nem chegam a refletir, pois a roda gira tão rápido que não conseguem perceber isso. Quando você está enrolado, toma crédito, paga a parcial da fatura, você paga juros, gasta menos dinheiro, e sem aproveitá-lo tão bem. Quando você se planeja, poupa e constrói a cada dia o futuro, você investe e, com isso, recebe juros, acumula mais dinheiro e possibilidades de ter uma vida mais equilibrada.

São escolhas, questões que podem parecer óbvias, até simples, mas na prática não é o que vemos, os números mostram o contrário, e com isso todo o reflexo que uma vida financeira desorganizada traz: problemas no relacionamento, na autoestima, na saúde, na produtividade e no trabalho. É, está longe de ser fácil, mas é possível virar o jogo, é possível mudar de vida, não é fácil mesmo, mas é totalmente possível. O processo pode ser longo, mas as mudanças vão acontecendo, afinal, ninguém entra numa vida desequilibrada do dia para a noite, e também não pode esperar virar o jogo da noite para o dia. Portanto, dê o primeiro passo, mais um, outro e siga avançando, sim, o resultado vem!