Há poucos dias, estava lembrando da conversa que tive com Marina, uma amiga de longas datas, que numa fase mais madura da vida, olhando para trás, conseguiu perceber cinco pontos que terminaram tirando ela do trilho em relação às finanças, e de fato é impressionante como não precisamos de muito para isso. Então, resolvi compartilhar com você aqui parte do que Marina me contou, a fim de que você possa identificar se já cometeu alguns desses desvios, ou até para se precaver e orientar alguém importante para você em relação ao assunto.
Marina confessou, ela estava realmente impressionada quanto ao que direcionou a sua vida e suas finanças por longos anos, percebendo que as atitudes e as suas escolhas foram determinantes nesse processo, disse não ter grandes arrependimentos, mas tinha sim a certeza de que agir por impulso, e se preocupar mais em resolver e remediar o hoje, do que pensar também nas consequências, não costuma ser o melhor caminho pensando num longo prazo.
E a primeira reflexão, o primeiro ponto de desvio dela foi quanto aos impulsos mesmo, fazer compras no calor do momento e dos gatilhos que recebemos (é a última unidade; a promoção acaba hoje; o desconto é só até o fim do dia… etc). Muitos de nós já passamos por uma situação como Marina descreveu, de entrar numa loja de roupas, por exemplo, olhar algumas peças, experimentar outras e, por impulso, levar alguma (s) que não precisamos. Por impulso também, muitos terminam comprando ao se deparar com aquele corredor cheio de produtos, na fila do caixa, que são comuns em supermercados ou lojas âncora. Aquela seção com os itens que são levados de última hora, no apagar das luzes, se chama justamente “impulso”. E realmente Marina percebeu que era presa fácil nisso aí, sobretudo porque muito do que comprava simplesmente era esquecido depois, e aí batia o arrependimento, e para evitar isso, ela é mais firme ao evitar, praticamente banir as compras por impulso no seu dia a dia.
O segundo ponto que leva muita gente a se perder na vida financeira é o parcelamento excessivo, e nesse Marina pecou do seu primeiro salário, até noivar com Daniel, que abriu os olhos dela quanto ao enorme buraco que isso estava causando nas finanças. Muitas pessoas já têm o hábito de comprar praticamente tudo no cartão e muitas das compras são parceladas, Marina já não faz isso!!
Marina e Daniel não são contra o parcelamento, mas percebem que nem sempre ele é usado de forma inteligente. Eles entendem que não tem problema se isso for feito de forma pensada, mas, quando não é, se torna um caminho rápido para o alto comprometimento da renda ou até mesmo o endividamento.
Um outro ponto, o terceiro, que Marina percebeu ser arriscado, é ter apenas uma fonte de renda. O ideal é buscar mais de uma, para não depender apenas do seu emprego por exemplo. A pessoa que se rende a apenas uma fonte de ganho, pode se tornar mais limitada. Com o tempo, Marina que era funcionária pública e trabalhava 6 horas por dia, viu que podia tirar 2 horas a cada dia para fazer os bolos que tanto gostava, e fazia com prazer, e o prazer só aumentou, com elogios frequentes dos clientes e gerando uma boa renda extra mês a mês.
Ah, teve um ponto, o quarto, que Marina disse que era vacinada desde sempre, que é em relação ao status. Apesar de ter confessado que certa vez comprou um telefone mais caro, que no momento nem podia, e parcelado, para ter um igual ao da sua dupla no trabalho, que por sua vez, era igual ao do chefe.
Trago aqui uma boa definição nesse sentido: “status é você comprar aquilo que você não quer, com o dinheiro que você não tem, para mostrar para gente que você não gosta, e muitas vezes nem conhece, uma pessoa que você não é”.
Para finalizar, pois a conversa entre outros tantos assuntos já tinha tomado toda a tarde, Marina lembrou de um quinto ponto que percebia deixar muita gente numa situação delicada, que é o de terceirizar a responsabilidade quanto à vida financeira. Colocando a “culpa” no governo, na crise, no desemprego, nos impostos, no chefe, no salário baixo, na despesa alta. Marina já entrou nesse ciclo numa fase da vida, até que ela refletiu numa conversa que teve com Daniel quando ainda eram namorados, respirou e viu que realmente, precisava trazer a responsabilidade para si e assumir que ninguém é mais capaz de mudar a vida dela do que ela mesmo, e então assumiu não só a responsabilidade, mas o controle da situação, correu atrás e fez acontecer, não foi do dia para a noite, mas quando ela passou a ter uma visão e uma atitude diferente, as coisas aconteceram de outra maneira.
Sei que é desafiador, mas também transformador para quem pensa assim, mudar a forma de encarar o momento, refletir sobre os erros e seguir em frente, afinal, não se ganha nada ficando preso aos erros do passado… e tem uma frase que gosto muito e diz bem isso:
“Falhou tá falhado, não se falha mais nisso!!!”
Me despedi de Marina com grandes lições e vendo aquela amiga cheia de vida, atitude, empoderada e com a vida financeira dominada.
Abraço e até a próxima!