Investimentos para dar um empurrãozinho no futuro do seu filho

Entre tantas outras coisas, um desejo que vem como consequência ao nascimento do filho, é oferecer boas oportunidades, garantir um futuro sempre melhor. Sem dúvidas, a vida financeira bem planejada pode ajudar a viabilizar essa construção com tranquilidade.

Tanto para a poupança do filho como o plano de aposentadoria, que são objetivos de longo prazo, uma coisa é comum: quanto mais cedo você der o primeiro passo, melhor! Mas, se o seu filho está com idade mais avançada, essa reflexão também é pra você. As dicas e insights vão te ajudar a planejar e correr atrás dessa construção.

Porém, na prática, o mais difícil nem sempre é planejar, por mais que muitos travem nesse primeiro passo. O maior desafio é a disciplina de seguir firme nessa poupança, no ato de poupar recorrentemente, mês a mês, por um longo prazo.

Vivemos um momento da Taxa SELIC baixa, que impacta no rendimento da poupança, a queridinha do brasileiro, e da maioria dos produtos de renda fixa. Outro fator que pede proteção é a inflação, para que o seu dinheiro não “vire pó” ao longo desse período. Razão pela qual a poupança é duramente criticada, de forma coerente, pois, de modo geral, é corroída pela inflação, e por mais que não seja fato hoje, ao longo desse longo período, quem insistir na poupança deve experimentar a perda do poder de compra em diversos momentos.

Registro aqui algumas dicas essenciais para quem quer atingir esse objetivo se antecipar aos momentos econômicos que atravessamos e procurar manter o melhor caminho para chegar lá:

– Não invista naquilo que não tem conhecimento e segurança;

– É fundamental proteger o seu dinheiro da inflação, procure investimentos que no mínimo te garantam retorno acima dela. O Tesouro IPCA tem essa característica e, naturalmente, outros produtos “IPCA +”.

– Decidido em relação ao que vai investir? Caso sim, a direção já foi definida, agora é velocidade para que você não perca tempo. Comece o quanto antes e com isso tenha o juro composto trabalhando pra você desde cedo, isso vai impactar na construção dos objetivos daquilo que você tem para realizações do seu filho;

– Acompanhe os seus investimentos periodicamente, a tempo de fazer mudanças e ajustes quando necessário. Com o foco nos investimentos de longo prazo para seu filho, é necessário esse acompanhamento e eventual ajuste de velas para que mais adiante colham bons frutos;

– Devido ao longo prazo em questão, é fundamental fazer um mix, balanceando os investimentos entre renda fixa e variável, tendo desta forma um portfólio, uma carteira de investimentos mais diversificada. À medida que se aproximar o período de saque, o ideal é ir concentrando em investimentos mais conservadores, na renda fixa a fim de evitar maiores oscilações e o risco de comprometer o plano, já que desta forma terão menos tempo para recuperar;

– A previdência privada é uma possibilidade, o débito automático ajuda os menos disciplinados, porém é preciso ficar atento às altas taxas de administração e as de carregamento cobradas em alguns casos. É importante estar seguro, buscar informações para ter conhecimento de todos os detalhes que envolvem uma previdência e em relação à gestão do fundo, pois nesse momento você confia a ela a responsabilidade deste projeto futuro;

– Abrir a conta em nome dos pais ou da criança? É possível abrir conta em alguns bancos e corretoras em nome do seu filho, acho positivo o investimento estar no nome da criança, pois cria um tipo de barreira psicológica também, evitando o uso do dinheiro do filho. Por outro lado, vale registrar que ao fazer 18 anos o seu filho tem autonomia junto ao banco / corretora para usar o dinheiro, mas isso é questão de conversa e alinhamento;

– Lembre: não adianta investir com o foco no filho sem estar atento e com os devidos cuidados financeiros da família como um todo, faça o dever de casa, isso é fundamental também no processo de educação financeira entre vocês.

Com o montante investido ao longo do tempo, de acordo com o foco, um bom planejamento e disciplina para a execução, é possível pagar a faculdade do filho, um intercâmbio, entre outros investimentos reais que o possibilitam ter um futuro próspero. Claro, esses objetivos devem variar de acordo com cada família.  

Vale ressaltar que quanto mais cedo começar melhor, mesmo que você considere o valor baixo. Dê o primeiro passo e, com isso, é seguir de forma recorrente, todo mês e sempre é possível reajuste do valor do aporte, do investimento mensal. Por se tratar de um plano de longo prazo, mesmo que você se considere conservador, saiba que, com conhecimento, faz sentido ter uma carteira com mais exposição ao risco. Isto é, ter um percentual que você se sentir confortável investido na renda variável. Inicialmente, a parte da renda variável pode estar em ETF´s e Fundos de Ações, por exemplo. Siga o plano, avance. Fazendo isso, tem tudo para que a colheita seja farta.

Há diversas correntes em relação à construção de “poupança” para o futuro dos filhos, uma delas apresenta a preocupação com o valor que o filho dará ao dinheiro, devido ao investimento ter sido feito pelos pais. Porém, é válido refletir que esses valores e essa percepção são construídos desde a infância até a adolescência. De forma que, investindo também no dia a dia um tempo precioso para mostrar aos filhos que os verdadeiros valores da vida não são os financeiros, todo o resto é fruto de conquistas que têm como base o caráter e aquilo que ele teve como exemplo durante a formação.