O capital de giro salva! Saiba mais sobre a importância e papel dele

O dia a dia nos ensina em diferentes aspectos, mas é fundamental que isso seja percebido por cada um de nós. Falo no sentido de entender que errar faz parte, mas é preciso perceber o erro e aprender com ele, afinal: “errou tá errado, não se erra mais nisso”. Repetir o mesmo erro não é o mais inteligente a se fazer, claro.

Essa reflexão vem para dar base a um assunto relevante, a necessidade de toda empresa, independente do porte, ter um capital de giro. E vou além, isso serve para quem tem qualquer tipo de negócio, para quem empreende, e reforço, independente do porte. Mas se você não tem um negócio, uma empresa, não pare de ler agora, pois se você acha que a linha de raciocínio e proteção do capital de giro é apenas para quem está nesse meio, não se engane. Siga a leitura, pois o propósito tem relação com o que indico como reserva de emergência para a pessoa física, e vale o conhecimento para quem sabe orientar alguém que você gosta e precisa dessas informações.

Mas, afinal, para que serve o capital de giro? Como e o que fazer para ter ele? Segundo estudos apontados pelo Sebrae, a falta do capital de giro é uma das principais razões que levam uma empresa a fechar nos dois primeiros anos de vida.

O mundo ideal pede que a empresa seja aberta já com um capital de giro, mas isso é o ideal, na realidade, geralmente, não é nada fácil. Nos dois últimos picos de empreendedorismo e abertura de novos negócios que tivemos, entre 2015 e 2017 e do ano passado para cá, durante a pandemia, a razão do empreendedorismo se deu não devido às oportunidades (como em 2012 e 2013), mas à necessidade. Devido ao desaquecimento da economia e do aumento no índice de desemprego, as pessoas tiveram que se lançar de alguma forma para gerar renda, e nessa situação dificilmente alguém tem o capital de giro, muito pelo contrário, a maior parte das pessoas tem o suficiente para dar a largada no negócio e não muito mais do que isso.

Pesquisando mais sobre o capital de giro, você pode encontrar algumas variáveis em relação ao que trago aqui, mas não se apegue aos detalhes, mas à relevância de entender o papel e a necessidade de contar com ele.

O capital de giro é o valor que a empresa precisa ter em caixa para pagar os compromissos financeiros, tal como fornecedores, aluguel, impostos, energia, internet, funcionários. É comum que a empresa tenha um dinheiro para tais pagamentos, mas ele pode estar no prazo de recebimento do cartão, por exemplo. Ter o valor disponível na conta faz a empresa girar nesse hiato entre a venda de um produto ou serviço e o recebimento efetivo do pagamento.

Imagine, por exemplo, uma loja daquelas que vende de tudo, tipo as lojas de R$ 1,99 que tínhamos antigamente (bons tempos, hein?), e que ao inaugurar, as prateleiras estão cheias e pouco a pouco vêm os clientes e levam tudo, compram mais e mais, porém, muitos deles no cartão de crédito. O recebimento do dinheiro é pelo menos trinta dias adiante, desta forma, a loja vendeu, ficou com as prateleiras vazias e sem capital para novas compras para ter novamente as prateleiras cheias de produtos para venda. O que fazer, então? Já pedir um empréstimo?

Hoje, existem algumas possibilidades que ajudam: o PIX com recebimento imediato e livre de taxas como as do cartão de débito é bem interessante, tem a alternativa de antecipar o recebimento do cartão também, porém, isso acarreta em juros, mas traz esse capital a fim de evitar a falta. Mas vale reforçar, o ideal é que não viva nessa montanha russa da antecipação e vale, sobretudo, estar de olho no custo disso e checar também se as taxas descontadas estão de acordo com o que foi contratado, além, claro, da possibilidade de renegociar essas taxas ou até partir para outra operadora que ofereça algo mais atrativo. Claro, tem ainda a possibilidade do empréstimo sim, não é o ideal, mas em alguns casos, termina sendo uma alternativa.

O capital de giro tem mesmo esse papel de manter ou até socorrer a empresa diante de algum desencaixa no fluxo de caixa, como mencionei acima, e também diante de imprevistos que podem acontecer. Se a empresa tem esse capital, evita que o sócio, dono do negócio, use dinheiro pessoal e assim misture as contas, podendo levar à perda do controle dessa mistura em algum momento, o que pode também levar ao encerramento das atividades.

A pandemia veio para mostrar de uma vez que os imprevistos, muitas vezes, fogem do nosso controle, têm setores da nossa economia que até hoje não retomaram e tantos outros que não normalizaram as atividades. Para alguns desses, infelizmente, não tem capital de giro que sustente, e com isso, infelizmente, centenas de milhares de CNPJ’s encerraram as atividades e tantos outros para tentar se manter vivo, estão fazendo malabarismos, está longe de ser fácil essa vida.

Ter o capital de giro proporciona respirar um pouco mais em períodos normais, não tenha dúvidas. E como estimar, calcular essa reserva? Isso é muito relativo e depende do tipo de negócio que você tem, do fluxo financeiro, entre outros detalhes, mas, no geral, de três a quatro meses de capital de giro já ajuda bastante, há outros negócios que podem pedir algo em torno de seis meses.

Por isso, é importante que você conheça a realidade do seu negócio, as necessidades, o fluxo de caixa dele, e dessa forma terá mais propriedade para gerir as necessidades e estimar o capital de giro.

Por fim, é fundamental entender que o “apurado não é lucro”, como se diz, pois o seu negócio fatura, ele deve pagar as contas dele (despesas, impostos, etc) e ter um lucro que ainda não deve ser o recebimento do sócio, pois é importante fazer caixa, poupar mês a mês parte desse lucro, com o objetivo principal de constituir um capital de giro e, sobretudo, manter, repor esse capital, o que te ajuda a avançar com o negócio.