Pegar um empréstimo é a melhor saída?

Em períodos como o que vivemos, que a taxa Selic puxa os juros pra cima, muitas pessoas têm pensado em relação a alguns pagamentos que estão ficando para trás. Será que vale pegar um empréstimo para respirar e botar as contas em dia, a fim de não ter maiores perdas, serviços cortados e gerir melhor “apenas uma dívida” junto a uma instituição financeira?

Seria mesmo a solução? 

Esta e tantas outras perguntas vêm tirando o sono de muita gente no Brasil e no mundo afora. Por isso, trago alguns pontos de reflexão para que se tenha uma base mais sólida em relação aos próximos passos e tomada de decisão.

É fundamental entender, identificar o que realmente não está sendo possível pagar e procurar alternativas. Primeiro, enxugar o orçamento em outros itens, é de cortar despesas mesmo que falo, itens supérfluos, despesas extras e até mesmo as fixas devem ser revistas, substituídas e, a depender da necessidade, até mesmo canceladas. 

O momento pede mais cautela, austeridade, pé no freio, manter os olhos abertos, pois vivemos um momento de inflação alta, feira alta, combustível, energia, gás… tudo! Atitude para não se enrolar, piorar a situação ou não entrar no endividamento é fundamental.

Dê uma geral na casa, veja o que não é usado e pode ser vendido, pois não deixa de ser uma forma de gerar receita complementar e adiar de alguma forma o pedido de empréstimo. Repense a situação em relação a possíveis bens, como carro, moto, são realmente essenciais? Pois, ao vender um deles, você não só pode se capitalizar com o valor que entra, como pode reduzir as suas despesas mensais, ganhando assim um dinheiro de “imediato” e também um fôlego no mês a mês.

Se já tem parcela de empréstimo no seu orçamento e a parcela está pesando, vale a tentativa de renegociação, o momento e a taxa Selic alta não ajudam muito em relação aos juros, mas quem sabe estender o prazo e adiante, vendo que a taxa Selic caiu, renegociar. Não esqueça disso: aceite as condições propostas pela instituição financeira apenas se você realmente puder honrar, caso contrário a sua credibilidade cai e as condições para outros empréstimos adiante podem ser piores em relação aos juros.

Se depois disso tudo ainda há o desencaixe e você observou que as saídas/despesas estão maiores que as entradas/ganhos, é hora de partir para a sua reserva de emergência (isso para quem tem) ou, ainda, pode fazer a venda de um bem antes de entrar nela, são escolhas. Se não tem a reserva, será necessário o apoio externo, sendo importante mapear as alternativas.

Existe a possibilidade de pegar um empréstimo com alguém da família ou algum amigo? Mas pense bem! É uma coisa que precisa ser levada muito a sério, se você não honrar, pode custar uma amizade ou abalar a relação familiar, portanto esteja bastante seguro quanto a essa escolha.

Muita gente, diante de momentos assim, se limita a buscar crédito apenas na instituição financeira que tem conta, relacionamento, isso por não acreditar que qualquer outra teria interesse e possibilidade de oferecer algo mais vantajoso para quem não é cliente. 

Mas pensa bem: essa outra instituição quer novos clientes para ampliar a carteira e sabe que, para atrair novos clientes, precisa oferecer vantagens, boas condições. É aí que você entra, comparando em pelo menos três instituições as condições de prazo, eventual carência, taxa de juros e custo efetivo total do empréstimo, a fim de identificar o que é mais viável para você.

Observou? Ao pegar um empréstimo, não basta olhar a parcela e se ela cabe no orçamento, o que normalmente é feito pela maior parte das pessoas que, de forma equivocada, ignoram os juros.

Sim, tem várias modalidades de crédito, se você coloca algum bem em garantia pode conseguir uma taxa de juros bem melhor, porém nem sempre isso é oferecido por quem está negociando com você, mas lembre dessa possibilidade. Claro, olho nos pontos que destaquei acima e procure fechar tudo de forma que não coloque em risco o bem que você ofereceu como garantia.

Tem ainda o cheque especial (se adequa melhor para uma necessidade de recurso com rápida reposição), que oferece um crédito fácil e rápido, por isso é extremamente caro, tem os juros bem altos assim como o do cartão de crédito. Tem também o empréstimo consignado, “vilão” de muitos servidores públicos, que são atraídos pelos juros baixos.

Portanto, cautela, consciência e análise para que possa tomar as melhores decisões, sem pressa, mas com segurança, para que o impulso e a vontade de resolver não terminem trazendo um desequilíbrio ainda maior ou desnecessário para o seu dia a dia.

Abraço e até a proxima!