É perceptível a crescente no índice de endividamento dos brasileiros. Uma situação, de fato, preocupante, que atingiu o maior nível histórico já registrado. Tive acesso através do terra.com aos detalhes de uma pesquisa da Proteste, com o objetivo de identificar alguns pontos relacionados às dívidas e não pagamento de algumas contas, e gostaria de repercutir aqui com você. Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apontam que 77,9% da população está endividada. E mais, de acordo com o último levantamento do Serasa, 69,43 milhões de pessoas entraram 2023 com nome restrito, o que não é de um todo ruim, pois no fundo, se trata de algo como diz a palavra, restritivo mesmo, de forma que essas pessoas tenham mais limitações no consumo a fim de evitar cavar um buraco ainda maior.
A pesquisa da Proteste procurou entender o grau de endividamento do consumidor e quais comportamentos e fatores externos fazem com que se chegue até o endividamento. Os resultados da pesquisa indicam que 41% dos entrevistados já deixaram de pagar ao menos uma conta no último ano. Tendo na ponta o cartão de crédito, com 41% entre as contas não pagas no período, um aumento de 29% em relação ao ano anterior. Em segundo lugar, com 32%, a conta de internet e em terceiro, 30%, a conta de energia.
Os consumidores mais endividados são aqueles que possuem a menor renda (entre um e dois salários-mínimos), assim como se viu nas pesquisas anteriores, e de fato, com a grande defasagem do salário-mínimo, essa parte da população termina mais estrangulada, com um desafio financeiro ainda maior e que também foi sentido por todos com a alta da inflação. O consumo diminuiu: em 2022, 24% dos entrevistados afirmaram estar consumindo menos, já em 2023 esse dado saltou para 35%.
Mais uma vez, como sempre trago aqui e em minhas redes sociais, o mau uso do cartão de crédito continua sendo considerado a principal causa do endividamento: 74% dos entrevistados apontaram a forma de pagamento como a razão das dívidas.
Em segundo lugar, destaca-se o desemprego, considerado como um fator de endividamento por 37% dos respondentes. Isso é bem o que acontece, movimentação comum ao vermos o desemprego aumentar e, naturalmente, vem como justifica para o aperto no orçamento, algo natural. Com o fim da pandemia e a reabertura, esse ponto apresentou avanços, já que em 2022 correspondeu a 44% e em 2021, 65%.
Finalizando, como vimos, de acordo com os resultados da pesquisa, 41% dos entrevistados já deixaram de pagar ao menos uma conta no último ano. Segue, então, a lista das dez mais:
- Cartão de crédito ― 41%
- Internet ― 32%
- Luz ― 30%
- Empréstimo ― 25%
- Telefone/Celular ― 23%
- Água ― 19%
- IPTU ― 18%
- Aluguel ― 13%
- Gás ― 6%
- Financiamento ― 4%
E você, deixou de pagar alguma conta no último ano? Tem dedicado um tempo para cuidar de suas finanças e procurar evoluir? Ter um bom conhecimento de suas despesas e analisar as possibilidades de redução, a fim de gastar menos com aquilo que não é tão importante, sempre vale a pena.
O relacionamento com o dinheiro é longo e para a vida toda, saber lidar com ele de forma inteligente e equilibrada é essencial, e os frutos disso são colhidos no curto, médio e longo prazo. Cuide bem da sua saúde financeira, viva dentro de suas reais possibilidades!
Abraço e até a próxima!